Uma Estrela expulsa do céu. Moradores de um prédio, seus antigos tutores tocavam o céu, mas não sabiam lidar com Estrela. Expulsa do paraíso de fachada, Estrela nos caiu bem. Ela não cabia no céu, o céu cabia a ela. Rejeitada, não rejeitava ninguém. Lambia todos, mordia mais. Comia tanto, mas não tudo. Era capaz de engolir pregador de roupa, mas deixava no prato a diminuta pílula branca que aplacava os dias em que o céu se fechava para Estrela. A noite aparece para todos. Hoje foi noite de Estrela. Por dez anos, foi Estrela. No infinito, continuará sendo. Ninguém expulsa Estrela do céu.